terça-feira, 20 de novembro de 2012

Sol queima...


Queremos ser felizes. Ficamos por ai, tantas vezes nos esquivando de tudo que nos faz sofrer. Nos agarrando de uma maneira até mesmo desesperada, em tudo que nos parece ser capaz de atenuar um pouco a falta de felicidade que tantas vezes sentimos... E insistimos em não soltar...mesmo quando constatamos que não é bem aquilo que imaginávamos...que desejávamos...E como consequência, em busca do bem estar, muitas vezes, preferimos ter uma vida tão cheia de mentiras! Fazemos de tudo para alcançar a felicidade, a tranquilidade que tanto desejamos. De tudo mesmo... Até nos enganamos!Ou tentamos... E passamos a agir de forma tão negligente com as nossas percepções...Negamos inúmeras constatações...E ficamos tentando encontrar justificativas para tantas situações “estranhas”... Fazemos de conta que não ouvimos, que não enxergamos! Estamos tão carentes! Tão necessitados de ter alguém do nosso lado! Desenvolvemos um medo tão intenso da solidão!! Mas, um pavor tão grande, que tantas vezes nos coloca submissos, implorando a companhia de alguém. Mesmo que seja uma migalha insignificante de atenção, diante da enorme fome que sentimos, fazemos de conta que nos satisfaz. Desdenhamos o quanto podemos ser importantes, merecedores de um amor verdadeiro, de um relacionamento onde prevaleça o respeito. A sinceridade! Onde o sentimento seja limpo, transparente...e grande de verdade... O nosso cada vez maior sentimento de pequenez, nos faz tão coniventes com formas de relacionamentos tão pequenos... adoecedores... desrespeitosos. E nós vivemos gritando, implorando, suplicando que o outro me aceite, que não me abandone, que fique comigo. E assim, desprovidos de amor próprio, ainda pensamos que é possível, ser amado por alguém. Tentamos negar a lógica incontestável, que só seremos amados, a partir do momento que nos amarmos de verdade... E nesta tentativa desesperada de nos enganar, conseguimos justamente o que num primeiro momento, acreditávamos estar evitando: uma vida pequena, um mal estar constante. Uma solidão incômoda...é...porque a pior solidão que podemos sentir,é quando acreditamos que estamos acompanhados...mas na realidade,não estamos...Dores físicas, as mais variadas, que nos levam a tornar hábito, o uso de tantos ¨remedinhos¨! A cabeça que insiste em sempre doer, resultante da tensão que acumulamos, cada vez que compactuamos com alguém que nos desrespeita (o analgésico está sempre na bolsa, ou no bolso). Dificuldade para dormir (algum remedinho também nos socorre). Apetite, mas falta de vontade de comer (como se a garganta estivesse fechada. Talvez até esteja, pelo tanto que nos obrigamos a engolir!). Por medo da queimadura, usamos uma peneira e nos fazemos acreditar que estamos protegidos do sol forte, na ilusória sombra! E queimadura de sol dói tanto! Incomoda! Causa mal estar!!
  E vamos vivendo assim! Ou pelo menos tentando nos convencer que estamos vivendo...E tem tanta vida por aí para ser vivida...plenamente...de verdade...com alegria...Tanto amor para ser compartilhado...verdadeiro...saudável...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Como quero...


Eu quero tanto estar num mundo melhor de verdade!
Eu quero tanto um mundo onde eu possa sempre viver e sentir bem estar. Não quero mais ter a sensação que estou sobrevivendo e ter que me sentir constantemente amedrontada! Ter que ficar em estado de alerta a maior parte do tempo. Preocupada!
Eu quero um mundo onde as pessoas que o habitam, sejam sempre e em qualquer circunstância, sinceras. Não quero a todo momento sentir apreensão e preocupação.
Quero simplesmente me sentir feliz, e não ter que duvidar daquele sorriso que recebi de alguém, nem muito menos não poder confiar nas palavras que ouvi das pessoas.

Quero não ter que sempre ficar alerta, atenta e desconfiada de tudo. E muito menos de todos! Até porque, não consigo!
Admito que não prestei atenção, nem tive interesse em assimilar a lição no que chamam escola da vida, que ensina que devemos desconfiar sempre. Até que já estou bastante tempo nesta escola, mas esta matéria não conseguiu despertar nenhum interesse da minha parte. Resultado, tentei prestar atenção, entendi como é, mas não aprendi. E acho que nunca vou aprender, porque confesso que não quero mesmo, não tenho nenhum interesse em aprender! Não quero fazer parte desta turma que não só aprendeu, como também insiste em forçar outras pessoas a aprenderem, através da prática de como ser dissimulado e falso. De como viver sempre preocupado apenas em ¨se dar bem¨, que para muitos, se tornou sinônimo de passar alguém para trás!

Quero conviver com pessoas autênticas, sinceras. Pessoas afetuosas de verdade. Delicadas, gentis! Pessoas cujas demonstrações de carinho sejam apenas isso mesmo, ou seja, demonstrações de bem querer, de apreço, de respeito. E não uma artimanha planejada e usada simplesmente para ganhar a minha confiança, e depois tirar algum proveito disso.


Um mundo onde as pessoas tenham genuíno respeito umas pelas outras. Por nada não, apenas por gostarem de ser respeitadas e por entenderem que todos merecem igualmente serem respeitadas. Por aceitaram a lógica incontestável, que apesar de sermos seres individuais e complexos, existe uma grande possibilidade de termos muito em comum. Que o que me aborrece e me incomoda, pode também, com grande possibilidade, aborrecer e incomodar o outro.
Ou seja, neste mundo que quero viver, as pessoas vão ter sempre a preocupação de se colocarem no lugar do outro quando forem agir, e assim, vão ser muito mais cuidadosas com as atitudes do dia a dia.
O egoísmo e o individualismo vão ser rejeitados por todos. De tal forma, que vão perder o sentido e o espaço nas relações.

Os habitantes do meu mundo sabem que só se consegue viver em harmonia e tranquilidade, quando se enxerga o outro, quando se vive realmente em sociedade. Quando se aceita a verdade incontestável, que qualquer comportamento que se tenha, desencadeia alguma reação, influencia o resultado final.

Que não tenha segunda intenção em nenhum comportamento dirigido ao outro. Que as pessoas que se apresentem como sendo do bem, com intenções boas, sejam do bem de verdade, e não apenas personagens fictícios. Vilões falsos e ardilosos, mal intencionados.
Sei que existem muitas, mas muitas pessoas que querem exatamente isso também. Por que será então que não é assim?