sexta-feira, 26 de outubro de 2012

E vivemos assim... ou não???

  Interessante, como que habitualmente, muitos de nós, optamos em conduzir nossa vida agindo e interagindo de formas contrárias ao nosso real desejo. Inúmeras vezes traçamos os nossos caminhos para chegarmos a lugares opostos ao que realmente desejamos ocupar.

  Temos optado em viver, nos esquecendo de que o eco é um fenômeno da natureza, e de que fazemos parte dela, ou seja, a todo o momento, existe a possibilidade de retorno para as nossas atitudes.

  Estamos nos posicionando na vida, de uma maneira tão indiferente, quando na verdade temos tanta necessidade de sermos notados!

  Todos nós desejamos muito sermos respeitados, mas cada vez nos desrespeitamos mais.

  Precisamos tanto de verdades, mas estamos nos habituando a viver mentindo.         Ansiamos tanto por paz e declaramos tantas guerras!

  Sonhamos tanto com o amor e a harmonia, mas vivemos constantemente brigando, demonstrando raiva!

   Internamente, percebe-se uma alarmante diminuição da autoestima, ocasionada pela alta competitividade imposta pela mídia e que facilmente assimilamos e introjetamos, justamente devido à enorme carência que predomina.

  Externamente, somos a todo momento aterrorizados por notícias e imagens que chegam até nós e nos amedrontam diante da constatação da nossa fragilidade.

  Corremos na vida procurando excessivamente uma segurança material e quase sempre o que conseguimos alcançar, é uma dolorosa insegurança pessoal (tanto interna quanto externa), um sentimento imenso de vazio, de ausência, de falta. Devido a isso, é comum nos sentirmos fragilizados, carentes e perdidos, o que nos torna vulneráveis e propícios a seguirmos de maneira submissa qualquer possibilidade de solução que nos for apresentada de forma consistente. Como consequência, somos facilmente atingidos pelas cobranças que nos são impostas para correspondermos às expectativas que acabamos por acreditar serem importantes e imprescindíveis para sermos aceitos e encontrarmos a felicidade. Estas cobranças são feitas de uma maneira tão convincente, que na maioria das vezes, passamos realmente a acreditar que correspondê-las é extremamente necessário e fundamental para que sejamos amados e aceitos.

  E o resultado, é que muitas vezes nos perdemos de nós mesmos e conseguimos na verdade, carregar um sentimento de vazio, uma profunda insatisfação e uma dolorosa solidão, pois passamos a ser surdos e cegos aos nossos reais anseios de uma maneira tão profunda que nos tornamos muitas vezes, uma pessoa desconhecida, um estranho para nós. Sofremos com uma doída sensação de abandono, de solidão. E com a pior solidão que existe: a de nós mesmos!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Gente grande pequena....

E as pessoas repetem de maneira igual, comportamentos que repudiam e condenam no outro. Impressionante a facilidade que tantas pessoas demonstram ter, em aceitarem, por exemplo, provocações. Aceitam, se irritam, criticam quem as provocam...mas, o mais interessante, é que,  assim que podem, ou que acreditam que podem, buscam maneiras para revidarem... Para responderem... E por incrível que possa parecer, não fazem diferente... E facilmente, se esquecem de todas as críticas que fizeram, aos comportamentos de quem lhes provocava, lhes incomodava, lhes desrespeitava... E provocam...incomodam...desrespeitam...  Sei lá...Antigamente, quando eu era criança, tinha uma admiração tão grande pelos adultos. Acreditava que , se tornar adulto, automaticamente, representava deixar de se ter certos comportamentos infantis. Mas que nada!

Agora, que pela força das circunstancias, convivo no meio de adultos(e sou uma?), me deparo com cada situação tão infantil, mas acontecendo com gente em tamanho bem maior, do que aquele que eu presenciava, quando era criança. Adultos também protagonizam briguinhas bastante parecidas com aquelas, que eu pensava serem apenas de crianças. Gente “grande”  para de falar com o outra gente “grande”, pelos motivos mais banais... Nestas situações, me vem a mente, o comportamento de criança, naquele “belém belém, nunca mais fico de bem”. Seria até divertido, engraçado, mas não tem como ser, pois nestas situações, no mundo adulto, muita coisa séria, “adulta” está envolvida.

As consequencias deste “belém belém”, entre pessoas supostamente adultas, costumam ser graves, já que a maioria de relacionamentos entre gente grande, é complexo, sério, grande... E envolver muitas outras pessoas. Ou seja, muitas vidas costumam direta, ou indiretamente sofrerem consequencias deste “belém belém” E o tal do emburrar? Ficar com raiva, e “fechar a cara”?Fazer birra... Nossa! Como acontece... Entre casais, então... E mais uma vez, é complicado...sério...grave. Muito complicado mesmo.  Pois costumam ter filhos. E com toda certeza, crianças pequenas, não se sentem nem um pouco confortáveis, ou tranquilas, quando convivem com esta situação, vendo gente grande brigando, de “mal”.  A mãe “emburrada” , fazendo birra, com o pai, ou vice versa, é péssimo para os filhos.

Fico pensando, que devia haver algum dispositivo no ser humano, que regulasse a capacidade para ser pai ou mãe. Assim como, é necessária a maturidade biológica para reproduzir, deveria ser necessária e imprescindivel também, a maturidade emocional... Ou seja, pessoas emocionalmente infantis, embora biologicamente adultas, ‘grandes”, não teriam filhos... Não poderiam gerar gente pequena...As crianças de verdade, com toda certeza, seriam poupadas de tantas angustias...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Problemas???

Você vive tendo problemas! Não consegue entender o motivo (ou os motivos) de não conseguir viver com tranquilidade, sossego! Não gosta de admitir, mas algumas vezes, sente uma inveja danada das pessoas com as quais convive, pois já percebeu que nenhuma delas tem tantos problemas como você. Bom, pelo menos não falam a respeito. Você não! Reclama, sofre. Também, seus problemas são tantos, tão graves e tão grandes, que você nem consegue não falar deles. Afinal, amigos são para isso mesmo: para nos ouvir quando não estamos bem. O problema, é que você raramente está bem. A culpa não é sua, e sim desta vida sofrida que você leva. Quem dera se você conseguisse viver com tranquilidade!? Costuma dizer que nem consegue chorar mais, que a impressão que tem, é que suas lágrimas secaram, de tanto que já chorou nesta vida! Mas a expressão de vítima, de sofredor, está aí! Bem visível e marcante no seu rosto, e no seu corpo também. É tanto sofrimento, que seu sorriso não resiste, e quase nunca aparece nos seus lábios. É tanto peso para carregar nesta sua vida sofrida, mas tanto, que não tem como seus ombros não se arquearem!
Constantemente se sente apreensivo, com vários problemas perturbando sua vontade (?) de viver bem!? Não se lembra da última noite que conseguiu dormir completamente relaxado, sem uma preocupação que seja, na cabeça, lhe perturbando, lhe atrapalhando o sono. E olha que já são vários anos assim! Problema atrás de problema. Não consegue nunca se organizar! Já tem tanto tempo que se sente sofredor, que constantemente repete que já está quase perdendo as esperanças, que já chegou ao seu limite de tolerância para tanto sofrer! Mesmo repetindo isto constantemente, seu sofrimento não acaba. A cada dia, descobre que seu limite é bem mais extenso que você imaginava! Parece que esta descoberta até lhe faz um pouco feliz! Nossa, sou bem forte mesmo!? Apesar de tanto sofrimento, ainda consigo forças para continuar! Se identificou bastante com aquela peça publicitária que dizia que brasileiro não desiste nunca!
Quando lembra disso, sente até um pouco de alívio e se conforta dizendo: é, sou brasileiro e não desisto nunca! Talvez seja importante, você refletir um pouco sobre como tem conduzido sua vida. Precisa esclarecer se vive tendo problemas, ou se vive para ter problemas. Algumas muitas pessoas são assim! Fazem da vida um constante caminho para viver sem sossego. Se acostumam e até mesmo passam a gostar de problemas. Conduzem a vida, correndo em busca da falta de sossego (não correm atrás, para sempre estarem por perto, do lado de alguma confusão). Parece que se treinaram, para sempre ter problemas, e se recusam a esquecer este treinamento. Estranho e quase impossível pensar nisso, e mais estranho ainda, constatar que existem pessoas que são assim. Se relacionam com as dificuldades, os imprevistos e os obstáculos da vida, como se precisassem deles, como se fossem o combustível para viverem. Tratam os problemas com um cuidado e um zelo, que até impressiona! É um casamento eterno!
Imprevistos são comuns na vida de todos nós. Ninguém passa por aqui, por este planeta, sem ter que eventualmente se deparar, se esforçar para superar e vencer os obstáculos. Fases difíceis também acontecem na vida de todos nós.
O problema é que algumas pessoas, pelos mais variados motivos, se encantam por estas fases. E estacionam nelas. Não aceitam que sejam só fases passageiras, mas se esforçam para torná-las eternas. Se apaixonam pelos problemas e ficam fascinadas com os imprevistos. E não conseguem mais viver sem eles. Demonstram um encantamento imenso, em falar dos seus problemas, em repetir mil e uma vezes aquela situação de vida que um dia aconteceu (mas não passou, pelo menos na sua lembrança) em sua vida, e lhes causou grande sofrimento. Parece que o prazer em falar desta fase ruim é maior, principalmente quando estão sem nenhum problema, quando estão naquela fase boa. Precisam sempre reforçarem a lembrança. Lembrando, relembrando e até mesmo conseguindo despertarem aquele sentimento de angústia e sofrimento vivido naquela época. Para não se esquecerem nunca! Para não perderem a posição de vítimas, de sofredoras.
Dependendo da situação, esta posição é bastante conveniente, e proporciona algum ganho! Ou muitos!!!

Folgado!!


Carlos, como sempre, saiu de casa apressado. Detestava ter que ir ao centro! Mas naquele dia, não tinha como escapar. Precisava ir pessoalmente ao banco, resolver alguns problemas. Já estava irritado, quando, ao abrir a porta da sua garagem, se deparou com um carro parado bem em frente.
 –Desculpa aí. Já estou saindo. Parei aqui um segundinho só, para esperar a minha irmã que está na casa aqui da frente, que é de uma amiga dela. O senhor vai sair? Dá um segundinho só, para eu descer o carro um pouco.
Carlos xingou, esbravejou. –Com tanta vaga por aí, teve que parar bem em frente a minha garagem? Folgado. O rapaz já não o ouvia mais. Soltou o freio de mão, e deixou o carro descer um pouquinho, liberando assim a frente da garagem do Carlos.
 –Nossa, que senhor mais estressado! Logo pela manhã, nesta irritação!
-Que rapaz mais folgado! Tinha que estacionar bem em frente da minha garagem?
-Carlos ligou o carro, saiu da garagem, acelerou, e foi embora. Não sem antes parar ao lado do carro do rapaz, xingar bastante. Para demonstrar o quanto estava irritado, saiu cantando os pneus. E bem rápido! Tão rápido, que nem parou na esquina, e quase provocou um acidente com um outro carro que passava. Durante o trajeto, Carlos foi ruminando sua raiva. Pensava na atitude folgada daquele rapaz, de como as pessoas estão ficando cada vez mais egoístas. Concluiu que é devido a atitudes assim, que o mundo está cada vez mais estressante e caótico. Ficava realmente indignado quando era vítima destes espertinhos! Chegou na rua onde ficava o banco que precisava ir. Procurou por uma vaga, e como já antevia, desde que saiu de casa, esta seria uma procura exaustiva. E irritante! Ai! Se ele pudesse, não teria nem mesmo saído de casa. Algumas motos estavam paradas de tal maneira, que ocupavam praticamente a vaga de um carro. Quanto egoísmo! Pensou Carlos. São estas pessoas individualistas que colaboram para este caos que está o trânsito. Depois de perambular por alguns quarteirões, avistou uma vaga. Quando chegou perto, nem mesmo se preocupou em ligar a seta(na opinião dele, seta deveria ser acessório opcional para carro), avisando sua intenção. Estava com pressa! Colocou a frente do carro já direcionada para entrar. Havia um outro carro, um pouco a frente, com a seta indicando que iria manobrar para estacionar naquela vaga. Carlos fez de conta que não viu. Entrou com o carro, estacionou. O motorista da frente ainda buzinou desesperado. Carlos fingiu que não ouviu. Desceu do carro, ligou o alarme e foi caminhando em direção ao banco, sem olhar para trás.
-Quem manda ser roda dura? Eu entrei primeiro, portanto! Não sei qual o motivo desta irritação! Moço estressado! Nossa, e logo pela manhã já está assim! Carlos, na verdade, deu até um sorrisinho. Sentiu uma pontinha de satisfação.Tinha sido mais esperto que o outro motorista. Estava até mesmo orgulhoso. Quando se encontrasse com os colegas, não perderia a oportunidade de contar aquele episódio, contando o quanto foi esperto, morrendo de rir. É sempre engraçado e muito satisfatório passar alguém para trás!!!!!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Você pode colaborar...

A maneira como tem caminhado o mundo, muitas vezes, nos deixa com uma sensação incômoda de desânimo. São vários acontecimentos diários que presenciamos, ou que ficamos sabendo, que nos causam profunda indignação e nos deixam surpresos. Assustados...Muitos deles chegam a nos causar até mesmo desespero, tamanho absurdo nos parecem. É aquela pessoa que se aproveita, por exemplo, do cargo que ocupa para trapacear os outros, para humilhar e diminuir os que trabalham com ela, ou que precisam dos serviços dela. Ou ainda, são pessoas que tratam mal os familiares, principalmente quando dependem financeiramente delas. Mas, não podemos nos esquecer que o mundo é formado por pessoas.
E você leitor, é uma pessoa, portanto, faz parte dele! Você pode quebrar a corrente, dando a sua colaboração (ou fortalecê-la ainda mais,repetindo vários comportamentos que considera absurdos no outro). Fazendo diferente de tudo aquilo que você condena. Se negando a repetir com o outro, comportamentos que lhe causaram mal estar.Por exemplo, você gosta de ser enganado, de ser traído? Com toda certeza, sua resposta é não! Então, procure lembrar-se sempre disso, e encaminhe sua vida guiado pela ética, pela verdade, pois assim, você não vai precisar enganar ou trair ninguém! Nem você mesmo! Você se sente bem, quando é desrespeitado, quando não tem o seu valor reconhecido? Mais uma vez, posso afirmar que sua resposta também é não! Portanto, preste atenção na maneira que você tem conduzido seus relacionamentos, na forma como você tem se posicionado diante das pessoas,
Nas situações que  Quando, por necessidade profissional, ou mesmo por envolvimento afetivo, é necessário conviver com pessoas prepotentes e arrogantes, que se dirigem a você de forma autoritária, gritando, sem um mínimo cuidado com seus sentimentos? Eu tenho certeza, que você, assim como eu, considera a convivência com pessoas que agem assim, horrível, extremamente desgastante e nociva. Preste atenção nos seus relacionamentos, para não repetir. Repare em como você se dirige às outras pessoas. Que postura de corpo você adota, qual o tom de voz você usa, quais as palavras você pronuncia, que gestos você direciona para o seu interlocutor... São pequenos detalhes, mas que dizem muito! Que podem provocar um profundo bem estar, quando você conduz seus relacionamentos, pautados pelo respeito, pela verdade, pelo cuidado, e mais que tudo isso, pela capacidade de se colocar no lugar do outro... Ou ainda, um mal estar extremamente desagradável, quando você se “esquece” de considerar e respeitar o outro...  Igual, ou bastante parecido com o sentido por você, quando vivencia uma situação igual...