Interessante, como que habitualmente, muitos de nós, optamos em conduzir nossa vida agindo e interagindo de formas contrárias ao nosso real desejo. Inúmeras vezes traçamos os nossos caminhos para chegarmos a lugares opostos ao que realmente desejamos ocupar.
Temos optado em viver, nos esquecendo de que o eco é um fenômeno da natureza, e de que fazemos parte dela, ou seja, a todo o momento, existe a possibilidade de retorno para as nossas atitudes.
Estamos nos posicionando na vida, de uma maneira tão indiferente, quando na verdade temos tanta necessidade de sermos notados!
Todos nós desejamos muito sermos respeitados, mas cada vez nos desrespeitamos mais.
Precisamos tanto de verdades, mas estamos nos habituando a viver mentindo. Ansiamos tanto por paz e declaramos tantas guerras!
Sonhamos tanto com o amor e a harmonia, mas vivemos constantemente brigando, demonstrando raiva!
Internamente, percebe-se uma alarmante diminuição da autoestima, ocasionada pela alta competitividade imposta pela mídia e que facilmente assimilamos e introjetamos, justamente devido à enorme carência que predomina.
Externamente, somos a todo momento aterrorizados por notícias e imagens que chegam até nós e nos amedrontam diante da constatação da nossa fragilidade.
Corremos na vida procurando excessivamente uma segurança material e quase sempre o que conseguimos alcançar, é uma dolorosa insegurança pessoal (tanto interna quanto externa), um sentimento imenso de vazio, de ausência, de falta. Devido a isso, é comum nos sentirmos fragilizados, carentes e perdidos, o que nos torna vulneráveis e propícios a seguirmos de maneira submissa qualquer possibilidade de solução que nos for apresentada de forma consistente. Como consequência, somos facilmente atingidos pelas cobranças que nos são impostas para correspondermos às expectativas que acabamos por acreditar serem importantes e imprescindíveis para sermos aceitos e encontrarmos a felicidade. Estas cobranças são feitas de uma maneira tão convincente, que na maioria das vezes, passamos realmente a acreditar que correspondê-las é extremamente necessário e fundamental para que sejamos amados e aceitos.
E o resultado, é que muitas vezes nos perdemos de nós mesmos e conseguimos na verdade, carregar um sentimento de vazio, uma profunda insatisfação e uma dolorosa solidão, pois passamos a ser surdos e cegos aos nossos reais anseios de uma maneira tão profunda que nos tornamos muitas vezes, uma pessoa desconhecida, um estranho para nós. Sofremos com uma doída sensação de abandono, de solidão. E com a pior solidão que existe: a de nós mesmos!
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